sexta-feira, 31 de julho de 2009

Laços de amor

Laços nos unem ao passado e ao presente.
Laços nos unem a companheiros de hoje e do pretérito.
Não são as amarras da dor.
Não são as correntes do sofrimento.
Não são as algemas da vingança.
São laços suaves, mas nem por isso são laços de seda,
de veludo ou de cetim.
São laços invisíveis.

Se há apenas um pai,
os laços que unem e aproximam nossos corações
não podem receber outro nome senão fraternidade.

São Paulo, junho 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Arco e flecha

Interessante é observarmos o trabalho do arqueiro
que retesa o arco puxando sua corda.
O primeiro se torce e se deforma ante o esforço.
A segunda quase se rompe, sentindo a tensão devassar-lhe as fibras.
Durante os instantes em que a flexão do arco é máxima
o mundo parece parar, os segundos tornam-se horas e tudo parece sem vida.
Então a corda é liberada e a flecha segue ligeira, rumo ao alvo.
Nenhum sucesso advém sem esforço.
Assim procede ao Arqueiro Divino, quando retesa o arco de nossa existência.
Somos conduzidos ao limite de nossas forças, ao limite de nossa dor, para que, como a flecha, sejamos alçados a novos horizontes.
Mas, não fixemos nosso pensamento nas provações do arco, que são breves. Saibamos antes fixar nossa atenção na conquista do alvo, que é duradoura e eterna.
São Paulo, novembro 2008

terça-feira, 28 de julho de 2009

A figueira branca

Todas árvores invejam a grande figueira branca. Ela lança suas raízes à grande profundidade no solo obtendo, assim, mais nutrientes e água.
E Deus permite.
Ela também, por vezes, escora o seu pesado tronco sobre outras árvores que, assim, suportam seu peso.
E Deus permite. Permite isso e muito mais, porque ele acredita no potencial da figueira branca que um dia florescerá e dará frutos.
Somos como a figueira. Deus permite que usufruamos dos tesouros da Terra em abundância. Permite que nos deixemos suportar por outros irmãos que, sorridentes, nos mantêm eretos.
Deus confia em nosso potencial, como confia na figueira. Ele acredita em nossos dons e em nossas qualidades.
E se Ele crê, por que desconfiamos ?
Não vê o pó de estrelas que brilha em tuas mãos, abençoadas, prontas para o trabalho?
Dignifica-as, estendendo-as em caridade e amor. E que este amor floresça em teu coração, enchendo com os frutos do teu trabalho os cestos da esperança.
São Paulo, março de 2005

domingo, 19 de julho de 2009

A matemática de Deus

A matemática dos homens, fantástica, permite a construção de pontes, edifícios, aviões e foguetes espaciais. Mais admirável que esta matemática, apenas a matemática divina.
Nesta, como deveria de ser, um talento multiplicado vale mais um talento enterrado.
Porém, para nossa surpresa, na matemática divina uma ovelha desgarragada vale mais que outras noventa e nove. Uma semente de mostarda é maior que uma montanha. Um peixe e um pedaço de pão se dividem ao infinito e alimentam milhares. Uma única moeda de cobre da viúva tem mais valor que inúmeras arcas repletas de tesouros.
Amigos, desistamos de analisar os números de Deus sob a ótica de nossa ciência imperfeita e, ao contrário disso, deleitemo-nos com sua graça, com sua magia, acalentando em nossos corações seus mistérios mais profundos.
São Paulo, julho de 2009

Aurora das estrelas

Quando o sol se põe junto ao horizonte, no firmamento surgem centenas, milhares de estrelas brilhantes. Durante o dia, no entanto, ofuscadas pela luz do astro-rei, as estrelas não podem ser vistas. Assim ocorre em nossas vidas. O sol, dourado, representa o ouro, os bens, os tesouros reluzentes de nosso planeta, os quais desfrutamos com avidez. No entanto, tão certo como o poente, chega um momento em nossas vidas que a luz do sol já não brilhará mais com tanta intensidade e importância. Nesse momento poderemos divisar no céu de nossa existência os diamantes luminosos das virtudes morais e espirituais, verdadeiros tesouros celestiais.
Não esperemos, pois, pelo ocaso de nossas vidas. Busquemos já no poente a aurora de estrelas que tanto necessitamos.

São Paulo, novembro de 2008