sexta-feira, 16 de julho de 2010

Alegria e felicidade

Imagina vós que a dor, o sofrimento, as lágrimas e o lamento, tão comuns à poesia, ao romance e à dramaturgia, sejam o fim de nossas existências?
Assim como um pai ou uma mãe, Deus não deseja semelhante destino para os seus filhos.
Ora dirão: "A felicidade não é desse mundo". E estarão corretos.
Então cultivemos e cuidemos para que a alegria e a felicidade estejam presentes nos pequenos momentos de nosso cotidiano.
Saibamos protegê-las sob campânulas de vidro, que evitam o contato com as tempestades do desânimo, mas que permitem que sua luz ilumine os vales de sofrimento e as zonas escuras, dolorosas, do arrependimento.
A alegria e a felicidade são, mais que lampadários de Jesus, canais de comunicação com as energias mais sublimes da espiritualidade maior.
A alegria e a felicidade são o láudano necessário para suportarmos com resignação as dificuldades de nossa ascenção evolutiva.

São Paulo, julho de 2010

Coragem

Na limitada compreensão de minha juventude julgava serem corajosos os homens valentes que portavam armas brilhantes e reluzentes. Homens que impunham à todos suas vontades e seus caprichos, causando sentimentos contraditórios de admiração e temor.
Infelizmente, efêmeros eram seus reinados. Tão logo ascendiam aos postos mais elevados do poder e da glória outros, mais fortes e mais audazes, os desafiavam e os depunham.
Apenas quando os fios de minha barba perderam sua cor pude perceber que coragem pouca relação possui com sangue, com medo ou com violência, compreendendo que o homem de verdadeira coragem é aquele que desce às profundezas dos abismos da alma e de lá retorna renovado.
Homens de verdadeira coragem são aqueles que reconhecem estar errados e, humildemente, aprendem com seus próprios erros.
A verdadeira coragem está em acreditarmos na renovação e na transformação do mundo, começando pela nossa renovação e transformação interior.

São Paulo, julho de 2010