sexta-feira, 16 de julho de 2010

Coragem

Na limitada compreensão de minha juventude julgava serem corajosos os homens valentes que portavam armas brilhantes e reluzentes. Homens que impunham à todos suas vontades e seus caprichos, causando sentimentos contraditórios de admiração e temor.
Infelizmente, efêmeros eram seus reinados. Tão logo ascendiam aos postos mais elevados do poder e da glória outros, mais fortes e mais audazes, os desafiavam e os depunham.
Apenas quando os fios de minha barba perderam sua cor pude perceber que coragem pouca relação possui com sangue, com medo ou com violência, compreendendo que o homem de verdadeira coragem é aquele que desce às profundezas dos abismos da alma e de lá retorna renovado.
Homens de verdadeira coragem são aqueles que reconhecem estar errados e, humildemente, aprendem com seus próprios erros.
A verdadeira coragem está em acreditarmos na renovação e na transformação do mundo, começando pela nossa renovação e transformação interior.

São Paulo, julho de 2010

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