Descontrolada, com o coração transbordando de ódio e o orgulho lanhado pelas maledicências, tomei nas mãos um punhal e parti ao encontro de meu detrator.
A cada passo que dava o fel da ira banhava-me o rosto e com mais força a arma eu segurava.
E quanto mais a apertava em minhas mãos, mais a arma me feria.
O cabo, à guisa de lâmina, penetrava minha carne, de onde sentia o sangue morno brotar.
Assustada, lancei ao chão o punhal e nunca mais o toquei.
Acreditava poder eliminar a origem de todo o mal que me abatia com apenas um só golpe.
Porém, ao combater a dor com a dor, percebi que apenas criaria uma segunda fonte do mal. Esta mais perigosa e persistente. Uma fonte dentro de mim.
São Paulo, outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
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