No fundo do vale, encoberto pela vegetação, corre um regato cristalino.
Lá, com as mãos unidas em concha eu retiro da terra o líquido precioso da vida, levo-o aos meus lábios e sacio a minha sede.
Nas planícies verdes, até onde a vista alcança, eu uno minhas mãos e abraço a espiga dourada. Dela retiro os grãos necessários, levo-os à minha mesa e sacio minha fome.
Ao final de cada dia, após cumprimentar cada membro de minha família, nós unimos nossas mãos e agradecemos por todas as dádivas, por todas as bênçãos recebidas do Pai.
Ainda assim, nessa união familiar, ainda mais dádivas e bênçãos recebemos. E com ela saciamos a fome e a sede de nossas almas.
São Paulo, dezembro de 2010
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