Te perdeste em meio a escuridão das sombras eternas, vagueando sem rumo entre as brumas da ilusão?
Nós também estivemos perdidos.
Erraste pelos caminhos tortuosos do engano, condenando tantos outros e a ti mesmo à severas e impiedosas punições?
Nós também erramos.
Trilhaste o caminho das viciações deixando o éter das paixões desenfreadas assolar os teu corpo, assaltando teu sentidos, perturbando profundamente tuas emoções?
Nós também nos deixamos perturbar.
Exalaste o fel da discórdia, promovendo a revolta, a ira e a revolta ao teu redor?
Nós também o espalhamos.
Não importa quão significativos sejam teu erros. Nós, que tanto ou ainda mais que tu já erramos, já logramos superá-los e tu também podes fazê-lo.
Não importa quão vergonhosos eles sejam agora para ti. Nós, que muito mais que tu nos envergonhamos de tê-los cometido, o acolheremos de braços abertos.
Não importa quão importantes sejam teus enganos. Nós, que desde muito temos errado, sabemos que nada pode ser maior que teu arrependimento sincero.
Estiveste imobilizado pela desilusão, permanecendo estático frente ao teu destino, desistindo de tua jornada e de ti mesmo?
Nós não.
Se caminhavas trôpego, suportávamos-te.
Se, incapaz de enxergar te afastavas do caminho verdadeiro, o iluminávamos para ti.
Se, perturbado, teu coração se descontrolava, acalmávamos-o para ti.
Jamais estiveste só. Jamais erraste só. Ao teu lado nós celebramos os teus sucessos e choramos teus desfortúnios. Ao teu lado enxugamos tuas lágrimas e alegramo-nos a cada conquista. Muito fizemos por ti, agora convidamos-te a fazer o mesmo por outros muitos.
São Paulo, dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
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