sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Pomar divino

Passamos sob o pessegueiro e desdenhamos seus frutos: -"São muito doces, comê-los nos dará sede".
À sombra da macieira lamentamos: - "Os frutos estão muito no alto, apanhá-los haverá de nos cansar".
Por fim encontramos um abacaxi maduro, ao alcance de nossas mãos, mas desistimos: - "Por vezes essa fruta é tão ácida".

É direito de nosso paladar refinado escolher as diversas dádivas que se encontram disponíveis no pomar do Senhor. Porém, se não escolhermos nenhuma, corremos o risco de padecermos de fome em meio a um jardim de graças; de padecermos de sede em meio a um lago de bênçãos.
Deus, que tudo provê, distribuiu no mundo toda sorte de recursos que necessitamos para nosso bem viver, colocando estes recursos ao alcance de nossas mãos, bastando as estendermos para apanhá-los.
Há de realizarmos, contudo, este gesto. Não fazê-lo implicará arrastar nossa vida a uma existência desditosa pela qual apenas nós seremos culpados.

São Paulo, dezembro de 2004

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