Habituamo-nos a dividir o espaço de nosso celeiro com uma gata de pelagem castanha, a qual jamais soubemos de onde surgiu.
No verão, vendo que seu corpo se avolumava, providenciamos um local adequado onde ela deu a luz a quatro filhotes.
Então, nas tardes quentes observávamos com atenção o zelo e o carinho que a gata dedicava a seus rebentos.
Em uma manhã, porém, notamos a falta de um dos filhotes.
Por horas em vão o procuramos e na hora do almoço desistimos, dando-o como morto.
Para nossa surpresa, ao entardecer vimos a gata retornar do campo conduzindo na boca o filhote desgarrado à segurança da ninhada.
Se um animalzinho, irracional, guiado apenas pela bússola do instinto não dá as costas para sua criatura, que dirá nosso Deus, Pai de toda criação.
São Paulo, agosto de 2010
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