quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Maturidade

Em um pomar muito fértil um homem nasceu menino e, como menino viveu, usufruindo com descaso dos frutos da terra, não os dividindo com ninguém e, também, não depositando na terra nenhuma semente.
-"Para que ?", perguntava-se.
- "A natureza cuida de si."
Com sua desatenção, apenas as árvores mais resistentes sobreviviam à falta de cuidados.
- "Por que se preocupar ?", questionava-se.
- "À despeito de sua preocupação as árvores continuam crescendo".
Porém, quando o peso da idade arqueou as suas costas o homem não mais podia alcançar os frutos que agora somente brotavam na parte mais alta da copa das poucas árvores restantes. E, não tendo semeado amizades ou novos ramos baixos onde pudesse obter alimento, o homem padeceu, vítima de sua insensatez. E tarde descobriu que a maturidade, que pouco tem a ver com a idade, nos ensina com humildade o caminho para vivermos com dignidade.

São Paulo, setembro de 2010

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