segunda-feira, 30 de maio de 2011

Novo homem

Durante mil dias eu sofri.  Dormindo a cada noite em um diferente lugar, mil abismos eu conheci.
Entorpecido o corpo por substâncias que relaxam a percepção.  Entorpecida a mente por emoções que a velocidade promove.
A princípio abracei a morte com carinho juvenil, redentora de meus sofrimentos.  Mas depois, face o horror de minhas inconseqüentes atitudes, repeli-a com vigor.
Não sou um homem novo.
As marcas profundas que trago na mortalha de meu corpo; as chagas; o sangue imaculado derramado não se apagam.
Mas sou um novo homem, banhado pela graça de uma nova compreensão que me permite perdoar-me, compreender-me e seguir adiante.

São Paulo, fevereiro de 2011

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