terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A face de Deus em nós

Caminhemos na sombra de nosso Senhor. Se dele afastamo-nos, o sol abrasará nossos corpos e queimará nossa pele.
Ao lado de Deus temos seu amparo, sua proteção, seu conforto e sua inspiração. E, se não não sobrevivemos distantes de Deus é porque há muito dele em nós.
Se preenchermos uma taça com areia e outra taça idêntica com água teremos duas taças cheias mas que, em verdade, são apenas água e areia.
Como as taças, somos medidos e comparados por nosso conteúdo, a porção intangível de nosso ser, nosso espírito, criado e concebido por Deus.
Se ele criou-nos, atribuiu-nos a missão de educarmo-nos e formarmos essa essência, afim de que nos elevemos, nos aprimoremos e nos tornemos mais puros.
Aprendamos, pois, com os mestres que cedo nos ensinaram a amar a Deus sob todos os demais aspectos. Não para a glória, lisonja ou prazer de Deus mas, para que amando a Deus aprendamos amar nossa essência, a parte de Deus em nós, visto que se não nos amarmos, jamais poderemos dar-nos chance alguma de renovação e evolução.
Isso feito, os mestres nos avisam sobre o dever de amarmos a todos os demais seres, como amamos a nós mesmos.
Se amamos a Deus, nos amamos também e, desse modo, temos um padrão de comparação para o amor que emitimos para nossos iguais.
Esse dever de amor a estes irmãos não prende-se ao fato de passarmos por humilhações, amando quem não nos respeita, tolera ou aprecia. Não abrace a ignorância achando que somos os únicos a disseminar o amor em uma terra de ódio e sofrimento.
Ao atentarmos que somos criaturas iguais em criação e de igual valor frente ao Criador, não podemos amar a Deus sem amarmos suas criaturas, da mesma maneira que não podemos odiar a criatura amando seu criador.
Amemos nosso semelhante como igual que somos, já que tudo que a este desejamos será para nós igualmente revertido pois, face ao Criador, somos uma só criação.

São Paulo, janeiro de 2004

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