Apesar das críticas de meus parentes e da reprovação de meus amigos, decidi, no início da primavera, partir rumo às montanhas e lá construir uma cabana.
Devido minha idade avançada e, também, devido minha vontade de caprichar nos detalhes, a obra apenas terminou com as primeiras nevascas de inverno.
Poucos dias após, no entanto, fui acometido por terrível enfermidade. Mesmo tendo sido conduzido para a aldeia no vale, onde recebi os cuidados médicos necessários, vim a falecer.
Meu filho mais velho, que morava em outra localidade distante, a fim de prestar-me as homenagens fúnebres deveria, então, enfrentar a perigosa travessia das montanhas em pleno inverno.
Seu cavalo não resistiu à aspereza da jornada e sucumbiu frente às dificuldades da viagem.
A vida de meu filho seria ceifada não tivesse ele encontrado, em local onde sabia nada existir, uma cabana nova, bem construída e desabitada. A minha cabana.
Ainda não sei porque Deus tirou-me a vida, mas já sei porque ele me a deu.
Deus concedeu-me o dom da vida para que eu pudesse multiplicá-lo junto a meus descendentes, transformando os elementos da natureza com meu trabalho de modo a garantir que a vida seja preservada e se perpetue.
São Paulo, fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Carnaval (2010)
Nestes momentos de alegria, de paz,
quando transbordam os sentimentos de felicidade,
de modo quase infantil,
recordemos daquele que com
mansietude e beleza,
beatitude e singeleza,
nos ensinou a sorrir.
Assim, no lugar de sombras temos a luz,
no lugar de sofrimento temos a fé,
no lugar do ribombar dos canhões
temos a paz e a alegria,
porque Jesus é a verdadeira alegria dos homens.
São Paulo, fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Velho marinheiro
Eu sou apenas um velho marinheiro de feições duras, esculpidas pelo tempo.
O mesmo tempo que desbotou minhas vestes e desgastou minhas botas.
Minha coragem, admirada por muitos, não seria mais que coleção de gestos irresponsáveis não fosse minha fé.
E essa fé eu reforço todas as noites, orando e pedindo ao Pai para que eu possa manter minha embarcação na margem correta do rio de acontecimentos, que eu possa conduzí-la, seguro, ao oceano da paz de Deus.
Peço, também, que eu possa resgatar os desviados, amparar os desvalidos, assistir os necessitados. Que eu possa ser motivo de orgulho para meus pais e que eu possa ser reconhecido como filho do Pai maior.
São Paulo, fevereiro de 2010
O mesmo tempo que desbotou minhas vestes e desgastou minhas botas.
Minha coragem, admirada por muitos, não seria mais que coleção de gestos irresponsáveis não fosse minha fé.
E essa fé eu reforço todas as noites, orando e pedindo ao Pai para que eu possa manter minha embarcação na margem correta do rio de acontecimentos, que eu possa conduzí-la, seguro, ao oceano da paz de Deus.
Peço, também, que eu possa resgatar os desviados, amparar os desvalidos, assistir os necessitados. Que eu possa ser motivo de orgulho para meus pais e que eu possa ser reconhecido como filho do Pai maior.
São Paulo, fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
A fé
A fé inabalável,
a fé inalienável,
a fé inquebrantável,
não pode existir apoiada no mito, no dogma, na sugestão infundada.
Essa fé não sobreviveria ao contato com a realidade.
A fé não é um meio de pedirmos ou obtermos coisas.
É, antes de tudo, um fim, resultado da eliminação de nossas dúvidas, nossos questionamentos.
E ali, na terra fértil
onde não resta dúvida ou dilema,
germina a semente da fé verdadeira.
São Paulo, setembro de 2006
a fé inalienável,
a fé inquebrantável,
não pode existir apoiada no mito, no dogma, na sugestão infundada.
Essa fé não sobreviveria ao contato com a realidade.
A fé não é um meio de pedirmos ou obtermos coisas.
É, antes de tudo, um fim, resultado da eliminação de nossas dúvidas, nossos questionamentos.
E ali, na terra fértil
onde não resta dúvida ou dilema,
germina a semente da fé verdadeira.
São Paulo, setembro de 2006
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Hálito divino
Seja preenchendo as vastas imensidões do espaço ou seja dentro do diminuto espaço de um grão de pólen, o amor de Deus, o hálito divino, está contido em todas as formas e objetos do universo.
Matéria primária, é com esse recurso que construímos nossos corpos e tudo aquilo que impressiona nossos sentidos.
Em contato com nossos corações esse recurso único se transforma em energia poderosa, fluida e intensa.
É o amor, força elementar e necessária ao equilíbrio de nosso mundo, capaz de amparar necessitados, agasalhar desamparados, acolher desafortunados e também capaz de despertar almas mergulhadas em sono transitório e ilusório, da qual não poderiam, por si próprias, libertarem-se.
Acolher, amparar, proteger e libertar.
O que mais poderia o hálito divino desejar realizar?
São Paulo, janeiro de 2010
Matéria primária, é com esse recurso que construímos nossos corpos e tudo aquilo que impressiona nossos sentidos.
Em contato com nossos corações esse recurso único se transforma em energia poderosa, fluida e intensa.
É o amor, força elementar e necessária ao equilíbrio de nosso mundo, capaz de amparar necessitados, agasalhar desamparados, acolher desafortunados e também capaz de despertar almas mergulhadas em sono transitório e ilusório, da qual não poderiam, por si próprias, libertarem-se.
Acolher, amparar, proteger e libertar.
O que mais poderia o hálito divino desejar realizar?
São Paulo, janeiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Caminhar na luz
Há os que caminham nas sombras da noite e privam-se dos desconfortos da luz do sol em suas peles e olhos.
No entanto, não obstante aos riscos das armadilhas e emboscadas há,
também, o problema de, uma vez findo o tempo da jornada, nos encontrarmos muito distante do ponto anteriormente almejado.
Andar à noite é criar subterfúgios para evitar pequenos transtornos e dissabores, dificuldades temporárias que, ao fim da jornada, serão transformadas em multiplicadas bênçãos.
Andemos na luz !
Caminhemos na luz ! Sem medo, sem temor.
Reconhecendo neste caminho iluminado a menor distância para nossa evolução.
São Paulo, outubro de 2006
No entanto, não obstante aos riscos das armadilhas e emboscadas há,
também, o problema de, uma vez findo o tempo da jornada, nos encontrarmos muito distante do ponto anteriormente almejado.
Andar à noite é criar subterfúgios para evitar pequenos transtornos e dissabores, dificuldades temporárias que, ao fim da jornada, serão transformadas em multiplicadas bênçãos.
Andemos na luz !
Caminhemos na luz ! Sem medo, sem temor.
Reconhecendo neste caminho iluminado a menor distância para nossa evolução.
São Paulo, outubro de 2006
Assinar:
Postagens (Atom)