sábado, 1 de maio de 2010

Aparando as diferenças

Ante as imutáveis leis divinas somos todos iguais porém, no mundo imperfeito dos homens somos todos diferentes.
Somos iguais na essência e na criação de nosso Pai celestial e diferentes na aparência, tendências, ideias e temperamento.
Sob as grossas lentes do preconceito as diferenças humanas tomam vulto e assumem dimensões de intransponíveis cordilheiras.
A aspereza do orgulho, da inveja do ciúme. A rugosidade do trato indelicado, do desrespeito. As lâminas e as setas dos conflitos e das guerras que cortam e dilaceram a carne e o coração.
E assim se faz preciso, pois no embate entre as muralhas da intolerância e as espadas do ódio, as muralhas tombam ao chão e as espadas perdem o gume e a função.
Da mesma forma que a água do rio transforma a pedra bruta em seixo arredondado, a torrente de lágrimas do sofrimento humano suaviza, balsamiza e lubrifica as engrenagens das relações humanas, fecundando o ventre da humanidade com o gérmem de uma nova moral que norteará, em tempo próximo, a vida e o coração dos homens.

São Paulo, maio de 2010

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