Quando lancei-me a navegar pela insensatez humana, não imaginava quão sombria e escura seria a noite eterna de meus sofrimentos e nem tampouco quão revoltas seriam suas águas.
Acostumei-me à solidão, tendo apenas por companhia o luzir fugaz dos relâmpagos da ira e o ribombar dos trovões do ódio ao meu redor.
Certo dia, contudo, notei no firmamento uma estrela cujo brilho era diferente. Estudar aquele astro passou a ser minha principal ocupação. Logo notei que essa luz, diferentemente das outras, não se movia e mantinha-se fixa no horizonte.
Direcionei minha embarcação na direção daquela estrela e, para minha surpresa, quanto mais dela eu me aproximava, menor ela se tornava, mantendo porém seu brilho original.
Durante meses naveguei a todo pano na direção daquela estrela até que atingi a costa banhada por uma luz suave.
Não tardei a perceber que a luz provinha de uma casa que logo reconheci como aquela onde minha mãe me criou.
Não era afinal uma estrela o que eu perseguia. As orações de minha mãe, luminosas, acenderam um farol que me guiou através da treva densa e reconduziu-me a vida resplandescente da fé e do amor.
São Paulo, abril de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
Templo distante
Apreensivo, iniciei a escalada. À minha frente mais de uma centena de degraus me separava de meu objetivo.
E não foi pequeno o esforço. Minhas pernas há muito paralisadas, não obedeciam. E não foram poucos os momentos em que desejei de tudo desistir. Apenas a inspiração do alto me auxiliava a prosseguir.
Não desisti e o meu esforço foi recompensado.
Subitamente, a cada degrau que vencia, meu corpo mais leve e agradável eu sentia.
Finalmente atingi o topo, o terreno divino onde se apóia o santuário sagrado. Toquei as portas do templo e minhas mãos ao abri-las sentiram nelas o calor que lá de dentro emanava.
Adentrei o recinto imaculado em silêncio e respeito. E ali, no alto daquela colina, eu acendi uma vela pequenina e salvei uma alma que no fundo eu sabia ser a minha.
São Paulo, março de 2011
E não foi pequeno o esforço. Minhas pernas há muito paralisadas, não obedeciam. E não foram poucos os momentos em que desejei de tudo desistir. Apenas a inspiração do alto me auxiliava a prosseguir.
Não desisti e o meu esforço foi recompensado.
Subitamente, a cada degrau que vencia, meu corpo mais leve e agradável eu sentia.
Finalmente atingi o topo, o terreno divino onde se apóia o santuário sagrado. Toquei as portas do templo e minhas mãos ao abri-las sentiram nelas o calor que lá de dentro emanava.
Adentrei o recinto imaculado em silêncio e respeito. E ali, no alto daquela colina, eu acendi uma vela pequenina e salvei uma alma que no fundo eu sabia ser a minha.
São Paulo, março de 2011
sábado, 18 de junho de 2011
Planejamento
Qual direção a seguir?
O navegador previdente antes de apontar sua embarcação para quaisquer direção entre as várias descritas na rosa dos ventos desenrola suas cartas náuticas e estabelece a melhor rota para sua viagem.
O que fazer?
Antes do plantio o agricultor cauteloso calcula o número de sementes, o espaçamento do cultivo, o volume de adubo e a mão-de-obra para a semeadura e para a colheita, visando os resultados desejados.
Em tudo na vida há planejamento.
Se queres ter sucesso em tuas empreitadas cotidianas pare e pense, calcule e reflita, planeje e ordene as tarefas, evitando dissabores e contratempos futuros.
E, assegure-se também da colaboração maior, incluindo em tuas preces a rogativa para a felicidade de teus projetos.
Mais importante que os números e os cálculos, mais importante que os recursos e os meios, conquista primeiro a fé na obra futura e em ti mesmo.
São Paulo, março de 2011
O navegador previdente antes de apontar sua embarcação para quaisquer direção entre as várias descritas na rosa dos ventos desenrola suas cartas náuticas e estabelece a melhor rota para sua viagem.
O que fazer?
Antes do plantio o agricultor cauteloso calcula o número de sementes, o espaçamento do cultivo, o volume de adubo e a mão-de-obra para a semeadura e para a colheita, visando os resultados desejados.
Em tudo na vida há planejamento.
Se queres ter sucesso em tuas empreitadas cotidianas pare e pense, calcule e reflita, planeje e ordene as tarefas, evitando dissabores e contratempos futuros.
E, assegure-se também da colaboração maior, incluindo em tuas preces a rogativa para a felicidade de teus projetos.
Mais importante que os números e os cálculos, mais importante que os recursos e os meios, conquista primeiro a fé na obra futura e em ti mesmo.
São Paulo, março de 2011
A estrada para Cádiz
A estrada para Cádiz mudou minha vida.
Lá, a pequena caravana em que viajava foi covardemente emboscada e atacada. Não por ladrões ou saltimbancos, mas por homens bem armados e bem treinados. Homens treinados por mim.
Meus amigos, ou aqueles os quais por este nome chamava, me atacaram e, ferido de morte, parti deste mundo sem amigos.
Jurei vingança e fui lançado à escuridão onde combatia com golpes de espada as sombras que zombavam de mim e que desonradamente fugiam não me concedendo o prazer de um justo combate.
Então, um dia surgiu em minha frente um cavaleiro trajando reluzente armadura. Aguardei ele desembainhar sua arma e atacar-me mas, antes que pudesse convidá-lo ao embate, ele removeu seu elmo e revelou sua identidade: não era outro senão o maior de meus inimigos em vida!
Instiguei-o à luta, mas ele me respondeu: - "Juntai-te a nós. As diferenças culturais, religiosas e linguísticas que nos separavam não possuem aqui mais espaço. Observamos em teu coração a justeza de teus atos e a honradez típica dos homens que necessitamos em nosso exército."
Oh, estranha sina a minha. Abandonado pelos amigos e respeitado pelos meus inimigos, reconheci em meu maior algoz o irmão que a vida sempre me negou.
Hoje combatemos lado a lado, braços dados, corações unidos, reconhecendo que a luz da fé que em vida nos banhava a fronte não possui mais que uma única fonte e nem mais que uma única origem.
São Paulo, março de 2011
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