Quando lancei-me a navegar pela insensatez humana, não imaginava quão sombria e escura seria a noite eterna de meus sofrimentos e nem tampouco quão revoltas seriam suas águas.
Acostumei-me à solidão, tendo apenas por companhia o luzir fugaz dos relâmpagos da ira e o ribombar dos trovões do ódio ao meu redor.
Certo dia, contudo, notei no firmamento uma estrela cujo brilho era diferente. Estudar aquele astro passou a ser minha principal ocupação. Logo notei que essa luz, diferentemente das outras, não se movia e mantinha-se fixa no horizonte.
Direcionei minha embarcação na direção daquela estrela e, para minha surpresa, quanto mais dela eu me aproximava, menor ela se tornava, mantendo porém seu brilho original.
Durante meses naveguei a todo pano na direção daquela estrela até que atingi a costa banhada por uma luz suave.
Não tardei a perceber que a luz provinha de uma casa que logo reconheci como aquela onde minha mãe me criou.
Não era afinal uma estrela o que eu perseguia. As orações de minha mãe, luminosas, acenderam um farol que me guiou através da treva densa e reconduziu-me a vida resplandescente da fé e do amor.
São Paulo, abril de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
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