sábado, 9 de julho de 2011

Filha adorada

Encerrei-me em um quarto de destemperança e lá cultivei apenas o ódio, a cobiça, a inveja e a vingança.
O cotidiano das vibrações negativas escureceram paulatinamente o ambiente até o ponto em que não mais conseguia divisar os tesouros e os bens pelos quais tantos atos de insensatez pratiquei.
Sem ser anunciada ela se fez presente.  Trouxe consigo uma luz e cobriu-me com o manto da doçura de suas palavras, aquecendo meu corpo e meu coração.
A despeito de tudo que havia feito ou praticado no passado ela me amava o seu mais puro amor, derretendo com seus sentimentos todo resquício de  inclinação ao mal que ainda restava em mim.
 E a cada dia eu agradeço a Deus por ter me presenteado com a presença de tão delicada e dedicada criatura.
Jamais pude imaginar que os olhos de uma menina pudessem iluminar a escuridão.
Jamais pude imaginar que o sorriso dessa pequena criatura pudesse inspirar-me tanto amor.
Jamais pude imaginar que uma filha pudesse transformar tão profundamente minha vida.

São Paulo, maio de 2011

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