Retornei aos campos que há tanto havia abandonado. À porta do celeiro o mato crescia alto e quase impediu-me a entrada. Em seu interior as ferramentas agrícolas jaziam no chão enferrujadas e corroídas pelo tempo, muitas das quais inutilizadas para sempre. Perfurações no teto permitiram a entrada da chuva e, sobre o feno apodrecido, ervas daninhas germinavam.
Retornei aos campos que o Senhor me confiou e durante minha ausência nenhuma semente foi plantada e nem ao menos um palmo de solo foi preparado porque estas tarefas apenas a mim mesmo dizem respeito.
Abandonei os Campos do Senhor e entreguei-me a ociosidade. Revoltei-me contra o poder maior e hoje o remorso pelo tempo desperdiçado atormenta meu coração.
Mas não deixo este sentimento dominar-me. Sob a sombra de um novo sol que surge no horizonte, arregaço minhas mangas e dou as costas aos anos de sofrimento do passado para novamente adentrar nas graças do Senhor.
São Paulo, julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
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