Outros afirmavam que nem o sangue de todos os santos poderiam conferir alguma angelitude àquelas terras.
Isso não desanimou Jonas, que para lá seguiu, levando apenas seu cajado de peregrino e seu caderno de notas.
Dotado de prosa ligeira, astuta, Jonas possuía incrível capacidade para contar estórias e, não raro, reuniam-se ao seu redor dezenas e dezenas de atentos ouvintes.
Aproveitando a audiência, Jonas pontuava sua narrativa com lições de fé, de amor e de caridade.
Após sete anos uma senhora o inquiriu: - "Jonas, quando nos tornaremos bons cristãos?".
E o missionário respondeu: -"Durante sete anos convivi convosco, sentei-me a vossa mesa e convosco dividi o abrigo, e nunca, durante todo esse tempo, observei quaisquer gesto, pensamento ou inclinação para o mal". "O bom cristão - prosseguiu - não é o que possui títulos. Não é que carrega o crucifixo junto ao peito. O bom cristão o é, antes mesmo de sabê-lo".
E com essas palavras Jonas despediu-se de seus amigos, partindo para outras terras onde seus ensinamentos se faziam necessários, levando consigo em sua memória e em seu caderno de notas sete novos anos de estórias.
São Paulo, março de 2010
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