Apesar dos anos de convívio, ainda tenho olhos de admiração e de inveja para meu cavalo.
Ele possui os cascos grossos da paciência, com os quais transpõe, sem perturbar-se, as rochas os espinhos e as dificuldades do caminho.
Graças a sua mansuetude, ele aceita com alegria e disposição os comandos de seu condutor.
O sol, a chuva, o vento e o frio não o fazem desistir da jornada e sua respiração, calma e harmonizada, permite que ele caminhe por léguas sem descanso.
Ao contrário, eu me desespero frente as menores agruras e blasfemo contra os desígnios superiores.
Ante as adversidades climáticas penso em desistir da jornada e minha respiração, embargada pelas emoções, em nada contribui para melhorar estes quadro.
Assim, junto à fogueira da noite eu ergo meus olhos para o céu, em direção às estrelas, e rogo sinceramente ao Pai: - "Senhor, engrossai nossos cascos".
São Paulo, março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
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