Sentado à beira do caminho passei vários anos de minha vida.
Recostava-me no tronco de uma árvore frondosa, aproveitando sua sombra e, eventualmente, degustava seus frutos.
Distraía-me observando os viajantes apressados e atarefados ora seguirem em uma direção, ora em outra.
Certa manhã, porém, surpreendi-me com a visão de uma magnífica carruagem sem cavalos cujas rodas não tocavam o solo.
O estranho veículo, com visíveis problemas mecânicos, parou a poucos metros do local onde eu estava e seu condutor prontamente dele saltou para efetuar os reparos necessários.
Enquanto isso corroía-me a curiosidade. Tentava imaginar as sensações ao vencer longas distâncias sem esforço ou ainda imaginar quem seria o meritório passageiro de tão elegante veículo.
Ainda mergulhado em meus questionamentos, ouvi o condutor me chamar e convidar-me a viajar naquele veículo.
Tomado de surpresa, lembrei-o que o passageiro daquele transporte poderia não gostar de meu atrevimento em tomar-lhe o posto, ao que ele me respondeu:
- "Sobre o que pensa o passageiro respondas-me tu, pois minha missão aqui não é outra senão resgatar-te, porque nos caminhos do Senhor ninguém é deixado para trás."
Então ergui-me e dirigi-me para a estranha carruagem lembrando das palavras que minha mãe repetia:
- "Jamais pergunte por quem os sinos dobram, se você pode ouví-los, eles dobram por você."
São Paulo, fevereiro de 2010
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