quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aquele que serve

A coluna de mármore, sólida, sustenta o templo.
O veludo, macio, acomoda e protege a jóia em seu estojo.
O arco, flexível, se deforma e impulsiona a flecha para diante.

A matéria serve à matéria e, ao fazê-la, torna-se útil à obra do homem.

Carinhosamente, o médico receita os medicamentos que reestabelecerão o equilíbrio orgânico de nosso corpo.
Pacientemente, o psicólogo indica e aplica a terapia necessária para a harmonia de nossa mente e de nossas emoções.
Fraternalmente, o amigo, que não é médico ou psicólogo, cura nossas chagas do corpo e da alma.

O homem serve ao homem e, ao fazê-lo, torna-se útil à obra de Deus.

São Paulo, outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ambição

Entre o zero e o infinito, o melhor é o meio.
Entre o tudo e o nada, de novo, o meio é o melhor.
Não é à toa que a balança é o símbolo da justiça.
Porém, em hospitais, em casas de saúde, muitos são os que experimentam dor atroz. Além da dor física, a dor que fustiga a alma.
Sofrem pelas casas que não possuíram, pelos automóveis que não dirigiram, pelas jóias que não vestiram.
Sofrem por não terem dedicado mais tempo ao crescer de seus filhos.
Por não terem se dedicado mais aos amigos e parentes.
Por não terem repartido um pouco do muito que tinham com quem nada possuía.
E estas almas partem. Mas partem marcadas pela experiência, por este aprendizado, que evitará que eles recaiam no erro da ambição.

São Paulo, agosto de 2006

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Plenitude da alma

A alma plena é como o vidro límpido de um lampião que não se opõe ou distorce a luz interior.
A alma plena é como o espelho cristalino reflete a moral e os exemplos luminosos do Mestre Jesus.

Mais que conquista espiritual, a plenitude da alma é conquista terrena, pois aqui, entre as asperezas do sofrimento e as agruras da dor, podemos com maior eficiência polirmos a gema bruta de nossa existência, tornando-a brilhante e resplandescente, verdadeira jóia aos olhos de Deus.

São Paulo, abril de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

César e o impossível

César era um garoto de 12 anos que vivia em um país distante. Órfão de mãe, a principal atividade de César era cuidar de seu irmão caçula de 4 anos. A família, que vivia sob dificuldades financeiras, contava apenas com o salário de seu pai que, como pedreiro, não conseguia obter o bastante para o sustento dos três.
Um dia, porém, o pai de César sofreu um grave acidente que ocasionou a fratura de duas vértebras lombares. A lesão atingiu o feixe de nervos de sua coluna, paralisando suas pernas e incapacitando-o para o trabalho.
Sem contar com um plano de saúde, o pai de César foi atendido pelo serviço médico público. Lá, uma consulta com um médico especialista foi agendada, contudo apenas para dali a nove meses.
Enquanto a família vivia da caridade de vizinhos e aguardava a consulta médica, César empenhava-se em buscar uma solução alternativa.
Dirigiu-se ao Ministério do Trabalho e lá solicitou auxílio do Serviço de Apoio ao Trabalhador. O pedido foi negado, alegando-se que seu pai, agora enfermo, não era mais um trabalhador.
Solicitou, então auxílio ao Serviço de Assistência aos Enfermos. Este, alegando que o seu pai era um acidentado e não um enfermo, negou prestar auxílio.
O Ministério da Saúde tampouco aceitou ajudar. Para eles o pai de César era uma pessoa doente e esse Ministério apenas auxiliava pessoas saudáveis.
Juntamente com um advogado, condoído pela situação do garoto e de sua família, César visitou durante meses inúmeras outras repartições públicas sem, contudo, obter nenhum tipo de auxílio. Vendo que o garoto estava prestes a desistir da busca por auxílio, o advogado confidenciou-lhe um segredo: Algumas pessoas acreditam que em um local remoto da cidade existia um tal Ministério das Causas Impossíveis e Improváveis.
Munido apenas de um mapa rudimentar desenhado sobre um guardanapo de papel, César partiu em busca dessa que era sua última oportunidade.
Depois de dias de buscas infrutíferas, finalmente César encontrou o que procurava. O Ministério das Causas Impossíveis e Improváveis situava-se em suntuosa edificação à semelhança de uma grande catedral que, mesmo desgastada pelo tempo, ainda guardava muito de seu esplendor original.
Quando adentrou o edifício percebeu ainda quão mais bela e impressionante era a sua arquitetura. Mas logo algo mais impressionante desviou sua atenção dos detalhes da edificação: o prédio encontrava-se completamente vazio.
Nada de porteiros, seguranças ou portarias. Apenas o enorme hall vazio.
Nada de gabinetes, mesas, arquivos e funcionários. Apenas salas vazias.
Nenhum ruído de máquina de escrever, ventilador ou telefone. Apenas o vento zunindo por entre as frestas das janelas.
Procurando pistas que o levassem a descobrir para onde foram todas pessoas que lá trabalhavam, César deparou-se com a biblioteca do Ministério.
Lá, como esperado, não havia estantes com livros, revistas ou publicações. Porém, no chão da biblioteca jazia coberto de poeira um pequeno livreto de capa preta desgastada pelo tempo. Ao folhear o livreto César percebeu que tinha em mãos um exemplar do Livro das Causas Impossíveis e Improváveis.
Então César sentou-se no chão e pôs-se a ler avidamente o conteúdo daquelas páginas.
Através da leitura, conheceu a estória de um menino alemão que só aprendeu a falar aos 4 anos e ler aos 8. E que, como não gostava de estudar, foi reprovado no exame de admissão e teve que estudar mais um ano para entrar no colegial. Contrariando os prognósticos, ele se tornou um dos maiores gênios da ciência: Albert Einstein.
Aprendeu sobre um rapaz norte-americano que foi demitido de seu primeiro emprego por que seu chefe, editor de um jornal, disse que ele não tinha boas idéias. Contrariando a opinião de seu chefe, ele se tornou um dos mais criativos e inovadores artistas: Walt Disney.
Descobriu que um outro menino, portador de dislexia, era duramente criticado pelas suas professoras, que afirmavam que ele era tão estúpido que jamais aprenderia nada. Ele ficou conhecido tempos depois como um dos maiores inventores da história: Thomas Edson.
Conheceu a estória de uma garota que, considerada feia e sem graça, era sempre recusada em todas os testes de modelos. O dono de uma agência chegou a aconselhá-la: "é melhor você estudar secretariado, porque você nunca fará sucesso como modelo". O nome dela era Norma e, ao contrário da previsão do dono desta agência, ela se tornou um dos maiores ícones do século XX: Marilyn Monroe.
Enquanto aprendia sobre a solução brilhante de algumas causas impossíveis e improváveis, César, envolvido pela leitura, não percebia que ao seu redor uma névoa se formava e que, através desta, podiam ser vistas silhuetas de funcionários, mesas e objetos.
Ao dissipar a bruma, César ergueu os olhos e percebeu estar sentado no chão de uma agitada repartição pública.
Levantou-se do chão auxiliado por um funcionário que o convidou sentar-se em uma cadeira à frente de sua mesa de trabalho. Sem nada dizer e, sorrindo, o funcionário estendeu a César uma caneta e uma grande folha de papel, com detalhes dourados que emolduravam magnífica caligrafia.
Tratava-se de uma Petição endereçada ao Ministério das Causas Impossíveis e Improváveis.
César assinou e entregou a Petição ao escrivão que a enrolou cuidadosamente e a colocou dentro de um estojo, como um diploma.
O escrivão, então, acompanhou César até a saída, e este agradeceu a atenção que o funcionário havia dispensado ao seu caso.
César caminhou alguns passos pelo corredor e, surpreso, ao olhar para trás reviu novamente a biblioteca vazia e empoeirada. Teria sido tudo um sonho ?
Dias, semanas, meses se passaram até a data da esperada consulta médica.
Naquele dia o pai de César, sentado em sua cadeira de rodas, foi encaminhado ao gabinete médico. César e o irmão caçula, por serem menores de idade, ficaram aguardando na recepção da clínica, sob as vistas de uma enfermeira.
Em dado momento, o médico surgiu à porta e exigiu, nervoso, a presença da enfermeira no consultório.
Lá dentro, na frente do médico e da enfermeira, algo impossível e improvável acontecia.
Reclamando sentir dores e formigamento em suas pernas, o pai de César erguia-se, sem qualquer auxílio, da cadeira de rodas onde havia se mantido imóvel por 9 meses.
Lá fora, sem saber do ocorrido, César, o menino a quem nada mais era impossível ou improvável, aguardava confiante o restabelecimento de seu pai.

São Paulo, outubro de 2008

sábado, 17 de outubro de 2009

Orgulho

A folha de papel, ainda que ornada com delicada caligrafia, é consumida pelo tempo.
A madeira, mesmo que finamente entalhada, não resiste a umidade.
O ferro, duramente forjado, é consumido pela ferrugem.
Os bons pensamentos, os gestos nobres, as inclinações sublimes são abafadas e sucumbem sob uma moral desequilibrada.
O orgulho é lâmina fria que ceifa e fere.
O egoísmo, a ira e a ganância são apenas fagulhas desta chama que pode nos corroer interiormente.
Saibamos antes auscultar nossos corações e empregarmos a medicina preventiva da alma a fim de evitarmos esse mal, valendo-nos, especialmente, da tríplice vacina cristã:
humildade, fraternidade e caridade.

São Paulo, outubro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Na Terra, no cosmo e no além da vida

Se na vida, do modo que a experimentas, há poucos segredos, no pós vida ocorre o mesmo.
Ainda ao alcance de poucos, centros de informação armazenam a cultura, a história e a filosofia. A ciência, a lógica e a arte.
Ao alcance de nossas mãos páginas contendo um pouco de tudo que a humanidade teceu e criou.
Aos nossos olhos, curiosos, desdobram-se um sem número de temas e assuntos.
A informação é matéria prima do pensamento e este é fonte de comunicação e irradiação para todos lugares. Essa informação, aliada a moral irrepreensível, acentua nosso raciocínio e nossas potencialidades.
Nestes locais, à portas abertas, nos dedicamos ao estudo e ao aprimoramento, nos tornando melhores e mais capazes.
De que servem as visões de belos campos, de frondosos jardins e de fontes luminosas sem a compreensão dos mecanismos da vida na Terra, no cosmo e no além da vida.
As maravilhas do mundo não nos foram presenteadas apenas para nosso deleite, refazimento e recolhimento. Testemunhas da obra de Deus, elas nos revelam os limites da criação e da transformação.
Assim como a visão do espaço nos aguça a curiosidade, nos desperta o desejo de mais vermos, de mais observarmos e mais conhecermos, somos, também, impelidos por outros seres a prosseguirmos estudando, refletindo e nos desenvolvendo.
Ao desvendarmos os segredos do homem, do mundo e da vida, mais nos acercamos de Deus, pois o hálito de Deus está na essência de sua obra.
Busquemos Deus por todas as vias. As vias do coração e da razão, do sentimento, e do conhecimento. E ele, para nós, mais claro revelar-se-á.

São Paulo, novembro de 2003

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Flores

Levem flores !
Levem flores a todos lugares que forem.
Espalhem flores por todos os caminhos que percorram.
Plantem flores em todos locais que puderem.

Plantem dentes-de-leão para as crianças.
Plantem lírios para nos fazer sonhar.
Plantem rosas para embalar os enamorados.
Plantem cravos para enfeitar a roupa dos senhores.
Plantem crisântemos para festejar o regresso das almas ao mundo espiritual.

Que por todos lugares que passarmos possamos deixar algo de bom, algo luminoso, útil e perfumado.
Que nesses locais possamos imprimir as marcas de nossa fé no amor e na paz.

São Paulo, dezembro de 2004

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Soldados de Cristo

O que torna alguns homens santos aos olhos dos demais é a persistência no bem que eles possuem.
Nenhum homem é completamente perfeito ou passível de prova de total isenção frente a vida. Mas, brilham aqueles que não perdem a esperança, não perdem a fé e perseveram, buscando o melhor em tudo o que fazem, em cada gesto, em cada atitude.
Ser um soldado de Cristo é permanecer atento, é não deixar-se envolver por situações ou circunstâncias que possam nos desequilibrar.
A chave de muito do que se procura está no equilíbrio e na harmonia que podemos alcançar pela prece, pelos bons pensamentos e pelas boas atitudes.
Sejamos gratos a todos estes que nos precederam e pavimentaram o caminho para o alto, que sinalizaram e mapearam a estrada para a redenção.
Alegremo-nos com o privilégio de podermos sempre aprender, de podermos cada vez mais nos aproximarmos do mundo da luz.
Respeitemos nosso tempo, nosso momento e, sem atropelos, sem nos propormos a desafios maiores que os que somos capazes de suportar, iniciemos uma suave transformação para o bem e para o amor.
É nas pequenas atitudes, no cotidiano, que se aninham as maiores resistências a uma nova postura. Então, nessas horas, roguemos.
Roguemos para que as bênçãos celestiais possam nos amparar nesse momento único e sublime.
Solicitemos a proteção e inspiração das fraternidades.
Assim, seremos a luz da vela que na escuridão desconhece barreiras ao seu avanço.
Seremos a força unida pelo bem maior, onde quer ele seja necessário.
E nunca esmoreceremos, pois há em cada um de nós uma força ainda maior e desconhecida: a vontade.

São Paulo, novembro de 2003

sábado, 10 de outubro de 2009

Amor líquido

O amor lava uma multidão de pecados porque é fluido, é liquido.
Quando chegamos ao nosso lar, após um período de trabalho dedicado ao nosso sustento, o sorriso de nossos filhos e a alegria de nossos familiares são a brisa que refresca nosso corpo cansado.
Após a jornada no deserto da desesperança e do desamor, a mão amiga que nos ampara e nos acolhe tem o mesmo sabor de um copo d'água que nos sacia a sede.
Ao trabalharmos com amor e colocarmos carinho e devoção em tudo que fazemos, recebemos múltiplos pagamentos. Um sorriso de agradecimento. A felicidade de nossos filhos, de nossos clientes e patrões. Depois destes, a alegria interior da satisfação de bem termos cumprido nossa tarefa. E, mais além, a gratidão dos amigos da espiritualidade, que nos assistem sempre que necessitamos.
O amor é moeda de troca, mas possui estranha particularidade: quanto mais amor doamos, mais recebemos. E, quanto mais amor recebemos, mais desejamos doar esse precioso líquido.

São Paulo, setembro de 2004

Crianças espirituais (dia das crianças 2009)

Anelados por fios invisíveis, imantados por correntes imperceptíveis, encontramo-nos solidários a este orbe que nos gera, tal qual uma criança que se encontra unida ao ventre que a contém.
E, como crianças, agarramo-nos ao seio do solo fértil da Terra, de onde extraímos o leite que sustenta a vida.
Como crianças, choramos quando contrariados, sofremos quando abandonados, desesperamo-nos quando temerosos, mesmo quando a contrariedade, o abandono e o temor só existem em nossos pensamentos.
Como crianças, também, não temos condições de erguermo-nos sobre nossos pés e caminharmos, resolutos, rumo a evolução, direção para onde ainda engatinhamos.
Contudo, nesta posição, como crianças espirituais que somos, com os joelhos ao chão, encontramo-nos em especial condição de agradecermos todas as oportunidades, todas as graças e todas as bênçãos recebidas de nosso Pai de amor.

São Paulo, outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Evangelho de Jesus

O evangelho de Jesus é um pequeno compêndio do muito que o Mestre nos disse e nos deixou.

São mais que palavras ao vento registradas por atento escriba.
São mais que tipos organizados por caprichoso tipógrafo.
São mais que páginas encadernadas por habilidoso artesão.

O evangelho de Jesus é lenitivo da alma, é láudano do coração, é remédio doce para as dores e sofrimentos íntimos, para os quais a medicina terrena não possui analgésico.

São Paulo, janeiro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Destino

Muitas vezes, por não possuirmos a exata compreensão dos fatos que se sucedem em nossa infinita existência, tememos pelo pior e, em algumas ocasiões, nos desesperamos.
É natural que tenhamos nossos corações envoltos pela névoa do medo quando somos submetidos ao novo e ao inusitado.
O que em grande parte das vezes esquecemos é, talvez, o que mais nos consolaria.
Ao desfrutarmos o novo seria bom se refletíssemos que muito do que nos ocorre não é por acaso. Muito do que nos acontece é mais profético, mais premeditado, que de fato uma surpresa.
Nosso pensamento linear dificulta o estabelecimento de uma lógica que nos convença do contrário, especialmente quando o amargor da cena já perturba nossas emoções, altera nosso equilíbrio e cerceia nossa fé.
Bom seria se, ao menos por alguns instantes, pudéssemos conhecer o mapa do caminho que nos impele a tais situações. Porém, quanto de aflição e ansiedade não acrescentaria essa visão ao nosso já perturbado fluxo mental?
Vês como a bênção da ignorância é gratificante? Vês como a cada novo embate crescemos e dele saímos mais fortalecidos? Mesmo um pássaro só aprende a dinâmica do vôo à custa da perda de algumas penas.
Dessa forma, se Deus nos direciona à fatos e cenas complexas, apenas o faz para experimentarmos nosso equilíbrio, desenvolvermos nosso raciocínio, para empenharmos nosso espírito em transformar o mal em bem e a treva em luz.
Ninguém pode afirmar ter vivido antes de sentir o ar em seus pulmões, sem provar o contato com a água, sem perceber o vento em seus cabelos ou o calor do amor em seu peito.
Somente se vive, vivendo. Somente se aprende, tentando. Somente há crescimento, conhecendo.
Portanto, enxuga as lágrimas, remove o tremor de teus lábios e apaga de teu semblante a expressão de temor. Sê confiante em teu Deus e nas dezenas de outras criaturas que velam por ti e te amparam.
Lembra-te, sempre, que mesmo aquele que opta voluntariamente pela solidão e pelo abandono jamais se encontra desamparado. O que dizer, então, dos que suplicam socorro?
Segue com Deus, que Deus seguirá conosco.

São Paulo, outubro de 2003

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cálice divino

Não importa o caminho que escolheste, pois todos eles a Deus pertencem e todos eles ao Pai conduzem.

Caminha com segurança e determinação, rumo a evolução e ao Reino de Deus que habita o teu interior.

Jamais caminhe em círculos e, jamais pense em voltar.

Confia na mão que guia.
Repousa os problemas de tua mente nas palavras de consolo.

Lava as tuas feridas na cascata de bênçãos celestiais.
Aplaca tua sede no cálice divino.

Não te perturbes ou te deixes peturbar.
Apenas confia e segue !


São Paulo, maio de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tempo


Inabalável, a areia escorre pela ampulheta.
Célere, a correnteza segue seu curso.
Imperturbável, o relógio conta os segundos.

O tempo urge.
Não demoremos na seara da imobilidade.
É hora de agir.

Os campos do Senhor encontram-se ávidos da semente.
Então, tomemos o arado e a enxada e cultivemos extensas áreas.
Colhamos lautas quantias e distribuamos os frutos à mãos cheias, granjeando amizades e simpatias,
armazenando em no silo de nossos corações as divinas e incorruptíveis bênçãos da caridade.


São Paulo, dezembro de 2008

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Transformação e evolução

Não menospreze a força do rio, que cava profundo sulco no terreno pedregoso.
Não menospreze a força do vento, que açoita o monte e transforma a rocha em pó.
Não menospreze a força da terra, onde germinam plantas e frutos que alimentam homens e animais.
Não menospreze a força do relâmpago, que incendeia a floresta e propicia a esta um novo recomeço.
Abra os olhos dos sentidos e observe os elementos que tudo transformam, pois a natureza é eterna transformação.
Transformação também ocorre no homem, que cresce e envelhece; no jovem presunçoso que se torna um idoso paciente.
E é no mundo dos homens que vemos mais transformações. O que os elementos produziram em séculos é desfeito, alterado, ampliado, renovado e adaptado em poucos segundos.
A cada geração o homem mais transforma, mais usa, mais movimenta, mais remove o seu ambiente.
A cada geração maior é a cobiça e o desejo por possuir bens transformados, erguidos, lapidados, construídos e remodelados.
A cada geração o homem mais se distancia do passado e das tradições, do conhecimento simples e da fé inabalável, do comedimento e da parcimônia, da satisfação através das pequenas coisas (o frescor da água, o sabor de uma fruta, o aroma de uma raiz) e dos pequenos gestos (um olhar terno, o afagar de mãos, o amparo de um ombro amigo).
O homem transformou o mundo para o seu prazer, tornando-se um déspota cruel de si mesmo, a exigir sempre mais, mais rapidamente e mais eficazmente. Ainda não compreendeu que a multiplicidade de existências, a faculdade de retornar sistematicamente do pó a vida e da vida ao pó, não foi concedida somente para que ele possa livremente alterar a aparência dos mundos, no exercício de sua inteligência e personalidade. Ainda não percebeu que a sucessão de oportunidades ocorrem para que ele possa, a cada alvorecer da vida, acumular experiências, somar valores morais, adquirir virtudes, transformando-se, enfim, em um homem melhor. Melhor que o do último poente e mais confiante a cada solstício.
A natureza, então, se transforma para nos nos lembrar a responsabilidade por nossa própria renovação.

São Paulo, outubro de 2003

domingo, 4 de outubro de 2009

Caridade

A serviço da caridade auxiliamos o próximo e nos transformamos interiormente.
O amor que transpiramos lava nossas chagas, purifica nossos sentimentos, perfuma nossas vestes e ilumina nosso pensamento.
A caridade é uma usina de força infinita, uma fonte inesgotável de luz, pois quanto mais doamos, mais recebemos. Quanto mais auxiliamos, mais recebemos auxílio. Quanto mais acolhemos, mais somos acolhidos.
O sorriso em nossos lábios é testemunha segura do bem que isto proporciona. Além do mais, a caridade desconhece fronteiras, não respeita barreiras, não observa línguas, castas, credos ou posição social.
A caridade é um bem universal, como são todas as coisas de Deus. E muitos são os que a ela se apegam, seguido, resolutas, as pegadas do Mestre Jesus.
Oremos para que a serviço desta força sempre atuemos com presteza, com humildade e desinteresse, louvando as excelsas figuras que desde muito a essa missão se dedicam.
Se o Pai celeste deu-nos a enxada e nosso Mestre a devida orientação, sejamos, pois, lavradores do Senhor. Plantemos as sementes de um novo mundo no coração de cada homem e levemos mensagens de paz, esperança e fé aos mais distantes pontos do globo, para que assim se cumpram todas as profecias.

São Paulo, novembro de 2003

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Aprendizado

Se à noite escrevermos, anotarmos ou registrarmos o aprendizado de cada dia, escreveremos por toda a noite.
E assim, sucessivamente, por várias noites, anos a fio.

A vida é um educandário.
Uma escola preciosa. Uma oportunidade de exercitarmos nossa mente e nosso coração.

E aprendemos todos os dias, uma letra de cada vez.
Logo formamos palavras e expressões.
Expressões que nos permitam expressarmos o nosso amor, nossa fraternidade, nosso carinho.

E sempre há novas expressões para aprendermos.
Sempre há novas formas de expressarmos o amor que pudermos aprender, pois a estrada da educação não é apenas uma via de mão única, onde só podemos caminhar para a frente. Mas, também, uma estrada infinita e abençoada.

São Paulo, outubro de 2006

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Corpo são

Cuidemos do nosso corpo.
Nosso templo.
Nosso tesouro.

Testemunho do amor de Deus por nós.
Testemunho da crença de Deus em nossa evolução
através da concessão de uma nova existência.

Mas não nos esqueçamos que dia virá
em que o empréstimo cessará
e, como na parábola dos talentos,
seremos medidos pelo cuidado que dedicamos
ao nosso corpo e, principalmente,
pelas atitudes e pela multiplicação de bençãos que
com ele realizamos.

São Paulo, agosto de 2006