quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Muralhas de Jericó

O homem que constrói muros e fortalezas para, separado dos demais povos, alcançar a paz é o mesmo homem que se fecha entre os portões das igrejas e os ferros das sinagogas para buscar o Pai.
Por trás das pesadas fortalezas o homem se isola e, assim, perde a chance de compreender e compartilhar o mundo com seus pares.
Aprisionado pelos limites do claustro o homem não percebe que o convite de Jesus é o convite à vida, à liberdade, ao conhecimento.
Assim como é necessário que o homem rompa as barreiras, aprecie e aprenda com outros homens, é preciso que o homem quebre os grilhões que o detém, rasgue a venda que o cega, abra seu coração para o mundo criado e habitado por Deus.
No contato com a natureza, com outros homens, outras civilizações, o homem perceberá que o reino de Deus está em toda parte. Perceberá que todo local é sagrado e digno o bastante para abrigar uma prece, uma oração.
Que se abram os caminhos do entendimento, que caiam em ruínas, como as muralhas de Jericó, os obstáculos e entraves à compreensão humana.
Somos distintos, pois distintas são as faces de Deus.
Somos únicos, pois em cada um de nós foram desenvolvidas diferentes características e habilidades, conforme o nível de evolução e merecimento individual.
Apreciemos essa mescla. Aprendamos uns com os outros.
Harmonizemo-nos, respeitemo-nos e, acima de tudo, como Jesus nos ensinou, amemo-nos uns aos outros.

São Paulo, dezembro de 2003

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