quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O perdão integral

Se ouves o som das cimitarras em embate fratricida, ore por aqueles cujo coração ainda não foi tocado pela luz do altíssimo e deixes que estas emoções diminutas assolem seus pensamentos.
Toda sorte de desamor que existe ou existiu em nosso globo advém da incapacidade de expressar o amor que o coração de alguns homens ainda não desenvolveu.
Esta capacidade de amar, de perdoar, de conviver e compreender não são obtidas ou recebidas, se não, conquistadas.
Em jornada de evolução, onde todos transitam, mais e mais esses amigos recebem amostras da transitoriedade das coisas e das atrações do mundo material.
O perdão que se objetiva conquistar, porém, não é o perdão social, é o perdão integral.
O gesto que fazemos não é movido pelo julgamento alheio, mas em nome de nossos mais nobres sentimentos, àqueles que mais anelados estão com a filosofia que abraçamos (1).
O perdão meritório é aquele que não deixa sequelas, que não prescinde troca, que não almeja recompensa.
Perdoamos integralmente quando aceitamos que o perdoado é nosso semelhante e que, como tal, poderia ser também ele a ocupar o posto de reclamante, de prejudicado.
Se somos iguais em corpo e alma, nos compreendamos e nos aceitemos mutuamente. Se somos diferentes em moral, respeitemos aqueles que ainda se debatem na escuridão do desconhecimento e, caridosos que somos, acendamos uma luz por estes que buscam e almejam outros estágios alcançar.
O perdão integral atesta nosso estado interior, externa o amor que devemos ensejar em nosso peito e despeja sobre o nosso próximo uma lufada de carinho e respeito, que o toca e o modifica, tornando-o crente em um mundo melhor, onde a paz e o entendimento reinarão incontestes.

(1) Refere-se a Doutrina Espírita.
São Paulo, novembro de 2003

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