segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O pintor

Um jovem pintor era muito conhecido em sua cidade natal.
Lá não havia quem não reconhecesse sua arte, nem tampouco casa que não possuísse ao menos alguns traços de suas cores.
Um dia, a contragosto dos moradores da cidade, o pintor decidiu partir para outra localidade.
No meio do caminho deparou-se com um ancião e, dirigindo-se a este, procurou informações sobre a cidade para onde se dirigia.
O ancião respondeu-lhe: - “É uma cidade por demais desagradável. As paredes de todas as casas são cinza. Os telhados tem a mesma cor. Todas janelas, batentes, portas e corrimãos são cinza, assim como cinza é o céu e o chão.”
O ancião, pensando ter despedaçado o coração cheio de esperanças do jovem pintor, não ousou fitá-lo e, assim, não pôde observar que dos olhos do artista vertiam duas lágrimas. Não lágrimas de tristeza, mas lágrimas de alegria.
O pintor, em silenciosa prece, agradecia a Deus.
Agradecia pela oportunidade de trabalho que se avizinhava.
Agradecia pela confiança que Deus depositara nele.
Agradecia por Deus tê-lo escolhido como instrumento para levar as cores e as alegrias da sua arte até aquela localidade.

Então, meus amigos, abram as portas! E que entrem os necessitados, os aflitos, os doentes, não importa em que número! E sejamos gratos a cada um deles pela oportunidade do trabalho redentor que a nós se apresenta.

São Paulo, outubro de 2004

Cura-te a ti mesmo

Não eram poucos os que rogavam "Senhor, Senhor"
buscando curas milagrosas.
E naqueles dias de glória, Jesus a todos curou.
Mas à noite, Jesus chorou.

Chorou ao ver os recém-curados empregarem seus corpos
refeitos em viciações e vinganças.

Antes de rogarmos "Senhor, Senhor"
curemos a nós mesmos.
Curemos nossa mente.

Uma mente enfermiça não é fonte de todo mal,
senão da maior parte deles.

São Paulo, outubro de 2006

domingo, 30 de agosto de 2009

Pontes de luz

Da mesma forma que a fumaça e o aroma do incenso ganham altura e se dirigem para o céu, nossas orações, a molde de cordões luminosos, são lançadas ao espaço, em direção ao alto.
Atravessam, incólumes, regiões densas e desequilibradas, até alcançarem zonas repletas de luz e amor, formando ponte inquebrantável de comunicação com a espiritualidade superior que, valendo-se desta conexão, em sentido oposto, envia-nos benéfico fluxo de bênçãos.

Ainda há muito mistério em torno da oração e suas características, fatores que ainda não nos são revelados. Contudo, a exemplo do medicamento, cuja formulação não necessitamos conhecer para usufruirmos de seus benefícios, não nos furtemos empregar essas pontes de luz em nosso proveito evolucionário.
São Paulo, julho de 2009

No caminho formoso

No coração a estrela que irradia a luz do amor infinito.
Na paisagem, até onde os olhos alcançam, as flores e os tesouros da natureza.
Ah, como é doce e suave o caminho do Senhor!
Então, por que estacionas em paragens onde o lamento e a dor que superam a fé habitam a mente dos desatentos?
Siga conosco! Siga o caminho formoso!
Somos um só corpo, uma só alma. Não há vitória na conquista individual. Só existe mérito quando todos alcançam o fim do caminho juntos.
Não pode haver salvação para um único ser, porque sua consciência não deixaria de atormentá-lo, questionando: - "Onde está teu irmão"?
Se alcanças o trecho final do caminho mas não tem olhos para ver os que ficaram pela estrada, não tem ouvidos para ouvir os que suplicam e não dispõe de tempo para atender os aflitos, então, ainda não és digno de completar a jornada; não se encontra pronto para perdoar, assistir e amparar os que ainda não encontraram a fé e a compreensão.
A jornada só será completada quando o menor entre os menores, o mais desgarrado e fugidio entre os animais do rebanho, alcançar o fim do caminho, amparado por todos aqueles que os precederam.
Assim, a justiça maior se faz: os últimos e os primeiros adentram juntos o Reino dos Céus.
Que o brilho da estrela sempre guie e acompanhe os homens de bom coração; no bem, nas sombras, nos dilemas e nas dores.
Luz, sempre !

São Paulo, setembro de 2003

sábado, 29 de agosto de 2009

Louvado seja

Louvado seja todo aquele que se reúne em trabalho como servo de Jesus.
Bendito seja todo aquele que estende os seus braços em direção à luz.
Bem aventurados os abnegados, os pobres de espírito, aqueles que não se rendem às paixões.
Bem-vindo os que não temem, os que confiam, os que têm fé.
Abençoados os que não esmorecem, os que não tem medo de errar.
Que a luz de nosso mestre banhe os seus rostos, clareiem seus olhos e mantenham imperturbadas as suas convicções e certezas, a sua determinação e a sua vontade.
O trabalho nunca termina para aqueles que nunca se contentam com o sofrimento alheio.
Nada temam ! Sigam sem temor !
Os exércitos do Mestre os seguem e vos acompanham.
Para todo o sempre, por toda a eternidade, até que todos sejam salvos. Até que a glória reine soberana e o bem triunfe sobre toda a pequenez das viciações.
O caminho é longo, árduo, mas seguro.
Jesus jamais nos abandona e a todos envia, constantemente, suas dádivas de amor e de paz.
Sintam o amor Dele em vós.
E que Jesus abençoe a todos.

São Paulo, agosto de 2007

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Luz e trevas

Não importa quão densa sejam as trevas que nos envolvam.
Não importa quão grande sejam os obstáculos, as dificuldades.
Não importa quão pequenina sejam nossa fé e nossa esperança.

Uma luz sempre brilha no céu.
Lá no alto, entre as estrelas, brilha a luz de Jesus.
Uma luz que guia os que perderam o rumo,
uma luz que ilumina a estrada do viajante.
É a luz que adverte quem insiste no erro.
É a luz que dá a paz e o alento ao bem-aventurado.

A luz de Jesus
é o antídoto da escuridão.
É o fim da ignorância.
É a remissão e o amor.

São Paulo, outubro de 2006

Jesus (Natal 2008)

Surgiu entre as areias uma esfera de purpúreo amor,
em local indicado pela sublime estrela do Oriente.

Foi carpinteiro, calçou as sandálias de pescador.
Foi peregrino, viajante, e também professor.

Foi rei, mas não usou coroa,
se não a do suplício, de espinhos.
Foi majestade, mas não ditou leis,
se não as do amor e da caridade.

É chuva de bençãos no deserto da angústia.
É porto seguro na tempestade de paixões.

Para Deus, nosso criador, é seu filho dileto.
Para nós, seus irmãos, é nosso mestre querido.

São Paulo, dezembro de 2008

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Caravana

As marcas da passagem da caravana na areia são efêmeras, assim como a vida do homem neste planeta. Não podemos deixar aqui marcas maiores que as da lembrança, traços que não se distinguem na paisagem, mas encontram abrigo nos corações.
Não podemos ver os rastros daqueles que nos antecederam e, dessa forma, precisamos encontrar nosso próprio caminho.
Nossos rastros, também, serão cobertos pela areia pois, a cada jornada, inicia-se um novo começar.

A areia, como a folha branca de papel, cede a todos movimentos, desejos e atitudes. Nossas vidas estão, como a areia e o papel, nos aguardando para serem desenhadas, reescritas e percorridas.
Não ceder à insegurança! Lembrai de todos que rogam pelo sucesso de tua jornada, de todos os que te acompanham e te auxiliam.
Não desaponte a vós mesmos. Aproveite o desenrolar de acontecimentos e a sucessão de imprevistos para testar seus limites e descobrir tua força interior.
Não olhe para trás. Não se orgulhe dos cumes já superados, pois tudo é poeira que no vento se desfaz.
Levante-se antes do sol, vigie a tua direita e a tua esquerda, mas vigie, principalmente, tua consciência, porque é lá que reside a fonte de todos os temores.
Não esmoreça e caminhe. Viver é assumir responsabilidades, é crescer, é evoluir.
E um abençoado manto de luz recairá sobre nós.

São Paulo, agosto de 2003

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A palavra de Deus

Assim como o lápis e o papel são insuficientes para registrar tudo aquilo que se passa no coração de um jovem apaixonado, as palavras comuns, que usamos cotidianamente, são incapazes de descreverem as maravilhas do Reino de Deus.
Porém, se essa tarefa é árdua isso não é motivo bastante para que a abandodemos.

A palavra de Deus não é letra morta, impressa nas páginas de um livro abandonado na estante.
A palavra de Deus é letra viva em nossos pensamentos e em nossos corações.

Ela deve exalar de nossos corpos, ser transpirada em nosso hálito e envolver, tocando e transformando todos ao nosso redor, pois a palavra de Deus é transformação.
Tranformação é progresso.
Progresso é lei, e a lei deve-se cumprir.

São Paulo, fevereiro de 2005

Educação


Mais importante que o pensamento de amor é a palavra que consola.

Mais importante que a palavra é o gesto que ampara.

Mais importante que o gesto é o exemplo que educa.

Pois, mais importante que a palavra que alerta ou o gesto que impede o erro é a educação, que sensibiliza e conscientiza a alma, de tal sorte que o erro não seja sequer objeto de pensamento.


São Paulo, março de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Primeiros passos

Se venho até aqui no momento presente não é por acaso. Tudo está há muito antes preparado, e isso sabeis.

Ouça o som dos tambores e perceba o perfume suave das flores e plantas dos bosques. Tudo é convite à luz na noite alta.

Não temas a distância da jornada antes mesmo de dar o primeiro de teus passos. Não há glória antes de lançar-se à tarefa. Não se pode chegar antes mesmo de partir.

Não deixe que as sombras te amendrontem. Tua fé, ainda que pequena, te guardará nas dificuldades.
Confie teu coração a nós e aprenda os primeiros passos. Os primeiros movimentos que deixam para trás o pó e a aridez. A primeira iniciativa de caminhar até a luz (1).
São Paulo, agosto de 2002
(1) Esta foi a primeira mensagem recebida através da psicografia.

Espada

Se foste para a batalha sem espada e sem lança, seja benvindo !
Se ao partir para a luta deixaste em casa o elmo e o escudo, esteja entre nós !

Nestes outros tempos, onde a disputa ainda é necessária, não mais precisamos destes instrumentos.
Venturoso é aquele que segue e não olha para trás, para a ferramenta que o serve.
Não duvida da sementeira, que não falha. A cada volta da roda ela joga no sulco virgem da terra a sua dádiva.
Não duvida dos discos que não se prendem aos obstáculos nem tampouco deixam de cumprir sua tarefa.Não duvida que o verdadeiro desafio do mundo não é mais o de deter ou derrubar homens, mas erguê-los e incitá-los a seguir em frente, porque a semeadura não pode parar

São Paulo, setembro de 2007

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Firmamento

Toma da poeira luminosa das estrelas e com ela enfeite teus cabelos.
Remova de teus pensamentos toda sombra, toda névoa.
Não há mal que para sempre perdure. Não há sofrimento que no seio do tempo não encontre solução.
Não percas a fé nas coisas boas.
Repare que mesmo no escuro e no vazio do firmamento pequenos pontos de luz se fazem notar.
Há quem apenas veja a escuridão desta paisagem. Mas há os que vêem as estrelas e, tendo elas por guia, jamais se perdem nas jornadas da noite.

São Paulo, outubro de 2007

Sr. Watanabe

A cidade de Bastos, próxima de Marília, no interior do estado de São Paulo, recebeu um grande volume de imigrantes japoneses no começo do século XX. Mas em Bastos não há somente japoneses e seus descendentes. Um desses casos é Antenor, neto de espanhóis corajosos e determinados que desbravaram muitas terras por lá. Antenor não fugiu às tradições da família e muito trabalhou para a prosperidade de suas terras.
Hoje porém, aos 75 anos, sente o peso dos anos.
Os sintomas da diabetes, da gota, da pressão alta, da angina, da falta de ar e da artrose são algumas das dolorosas sensações que o acompanham nos últimos 15 anos, desde que declarou-se aposentado, entregou a seus filhos e netos a administração de suas terras e refugiou-se em um pequeno sítio, próximo a uma estrada de terra.
Da varanda de sua casa, sentado em uma cadeira de balanço em vime, Antenor observa a estrada e os campos ao redor. Diariamente vê passar na estrada, em sua bicicleta vermelha, a figura inconfundível do Sr. Watanabe. Com mais de oitenta anos, ao contrário de Antenor, o Sr. Watanabe esbanja saúde. Ele pesca e nada no rio, cria galinhas e vende os ovos que elas põem, planta orquídeas e cerejeiras, cuida de bonsais, possui um tanque de carpas e ainda reserva um tempo para ensinar japonês e caligrafia japonesa a um grupo de jovens.
Evidentemente, o motivo de toda essa vitalidade despertava grande curiosidade em Antenor. Determinado a desvendar o "mistério da fonte da juventude", Antenor convidou o vizinho para um cafezinho na sua casa. Em meio aos muitos assuntos que conversaram e, com muito tato, Antenor conseguiu que o Sr. Watanabe confessasse que um médico chamado Takeshi havia se instalado na cidade.
"Descobri" - exultou Antenor. "Agora eu sei o segredo dessa vitalidade !"
Assim, tão logo quanto possível, Antenor agendou uma consulta com o tal médico.
No início a consulta transcorreu normalmente, mas logo Antenor ficou profundamente desapontado. É que ao invés de drogas miraculosas o jovem médico receitou apenas uma dieta para controlar a gota, a diabetes e a pressão alta. E para afastar a dor da artrose, nada de tratamentos radicais ou inovadores, apenas analgésicos.
- "Meu Deus" - indagou-se Antenor - "em que faculdade se formou esse médico ?"
Ele correu os olhos pelas paredes até encontrar o diploma de graduação em um quadro na parede. Nele se lia: "Takeshi Watanabe".
"Ah" - refletiu Antenor - "agora tudo faz sentido". "Para os estranhos dietas e analgésicos, mas para os familiares a fonte de juventude".
Antenor precisava dar um jeito para convencer o médico a lhe fornecer os medicamentos secretos que ele prescrevia para seus parentes.
Então perguntou: - "O Watanabe que ensina japonês é seu parente?"
- "Sim," - respondeu o médico - "ele é meu tio. O senhor o conhece ?"
- "Mas claro, somos grandes amigos" - mentiu Antenor - "Aliás, foi ele que me indicou para vir aqui, consultar-me com o senhor".
- "Ah, entendo" - meneou o doutor - "mas meu tio nunca se consultou comigo".
- "Nunca se consultou aqui? Como assim ?" - estranhou Antenor, com a voz alterada.
- "Pois é," - concluiu o médico - "meu tio nunca fica doente". "Ele diz que não tem tempo para isso".

São Paulo, abril de 2008

domingo, 23 de agosto de 2009

Evangelho de Mateus

Desde há muito nos enamoramos das letras e das palavras.
Fruto deste romance sucederam-nos grandiosos discursos e extensa obra literária.

De tudo isso, chamamos vossa atenção para um texto em particular, registrado cuidadosamente no evangelho de Mateus e conhecido por muitos como o Sermão do Monte, cujo conteúdo resume verdadeiro compêndio de ética e moral cristã, estabelecendo bases e alicerces para o bem viver.

Felizes são os que sobre essas palavras deitam seus olhos.
Abençoados são os que sobre seu significado refletem.
Bem-aventurados aqueles que trazem seu conteúdo não nos lábios mas na luz do coração.

São Paulo, agosto de 2009

A natureza de Deus

Grandes são as almas do passado
que acreditaram sem jamais terem visto,
que não duvidaram mesmo quando não ouviam,
que insistiam mesmo quando nada sentiam.

Hoje há muito para ser lido e aprendido,
e que há muito já foi escrito.
Muito há para ser ouvido
do muito que já foi dito.
Muito há para ser sentido
do muito que já foi manifestado.


Não há nada fora da natureza divina de Deus.
O ar que respiramos é invisível e,
no entanto, existe.
O sol em sua rotina de trabalho emite estrondoso ruído que,
no entanto, não percebemos.

Não temamos o sobrenatural.
Nada existe além de Deus e de sua obra perfeita.

São Paulo, dezembro de 2008

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Céu e inferno

O céu e o inferno são apenas expressões criadas pelo homem para designar a felicidade ou a infelicidade eternas.
O céu e o inferno não existem.
Assim como não existe o Deus inquisitor, cujo dedo pende o prato da balança da justiça para um lado ou para outro no dia do julgamento dos nossos atos. O que faz pender o prato da balança é a consciência dos homens.
E no dia de nosso retorno a vida maior, algumas dúvidas nos assolarão:
O que fizemos de nossas vidas?
O que fizemos de nossa oportunidade de redenção?
Para não nos decepcionarmos com as respostas, arregacemos as mangas no trabalho do bem. Redobremos nossos esforços no serviço do amor. Porque só a caridade salva. Só a caridade nos salva.

São Paulo, dezembro de 2006

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

No colo do Pai

Não importa se caminhemos entre as sombras da ignorância e da incredulidade.
Não importa se caminhemos nas chamas da vaidade e do orgulho, nem tampouco, se caminhemos no frio da indiferença.
Importa que somos criaturas de Deus.
Somos chama eterna, frojados no cadinho de nosso Criador.
E, dia após dia, noite após noite, Deus está conosco.
Ele manifesta-se juntoa a nós através das mãos e dos braços de abnegados amigos da espiritualidade. Amigos estes nos amparam e nos sustentam. Que sussurram em nossos ouvidos conselhos e convites para prosseguirmos nossa jornada. Amigos que não cansam de nos dizer que, não importa onde estejamos, como filhos que somos, estamos sempre no colo de nosso Pai.

São Paulo, dezembro de 2006

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Daquilo que preciso

Na verdade, meu emprego não é o melhor emprego do mundo.
Mas é bom chegar em casa com as mãos cheias do fruto do meu trabalho.
Na verdade, meus pais não são os melhores pais do mundo.
Mas como é bom chegar em casa e sentir o amor de seus abraços.
Na verdade, minha esposa não é a melhor esposa do mundo.
Mas como é bom dividir com ela a minha vida e nosso leito.
Na verdade, minha cama não é a mais confortável do mundo.
Mas como é bom deitar-me nela e sentir o calor e a maciez dos cobertores.
E antes que eu me deite, eu faço uma prece.
E deixo levar-me pelas palavras.
Deito-me e reconforto-me nos braços de Jesus.
Ali, de verdade, eu sinto uma grande paz,
que acalma meu coração inquieto.
Então, envolvido por esta paz eu percebo que, na verdade,
é só desta paz que eu preciso.

São Paulo, agosto de 2006

Fogueira

Vamos nos sentar junto a fogueira e recomeçar.
A chama aquecerá nossos corpos e o calor confortará nossos corações.
Fiquemos tranquilos, sob o tapete de estrelas que nos recobre.
Nenhuma alma em prece é pequena.
Nenhum gesto de amor é inútil
Nenhuma iniciativa a paz é em vão.
Nossos pensamentos, gestos e atos fluem e alcançam o que parece inatingível às nossas percecpções.
A vida é maior que a compreensão que dela temos e nada, nada pode suplantar sua luminosidade quando em comunhão com o ser supremo.
A luz de nosso amor é força que ofusca o brilho do fogo e ilumina todo o campo de trevas.
Abençoado é aquele que ama e esparge luz ao seu redor.
Paz. Fiquem em paz.
São Paulo, maio de 2002

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Amizade sincera

Assim como de areias escaldantes e rochas calcinadas não pode brotar a água fresca que refresca nossos lábios e aplaca nossa sêde, de realcionamentos interpessoais baseados na cobiça e na ganância não pode surgir amizade sincera.

A amizade sincera, descompromissada, é alicerçada apenas pelas forças do coração.

Então trabalhemos, amealhemos riquezas e as repartamos com todos que nos rodeiam.

Sejamos justos e ofereçamos essa justiça a todos que compartilham nossos caminhos.
Sejamos felizes e abençoemos a todos com a felicidade verdadeira dos valores eternos, fraternos e cristãos.

São Paulo, maio de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A riqueza de Jesus

Ele nasceu em uma manjedoura.
Distante do linho e do veludo, seu corpo foi acomodado junto a palha.
Seus pais não eram ricos. Não possuiam ouro, propriedades ou escravos.
Seus familiares e parentes não deixaram a ele como herança valores, castelos ou riquezas.
Ele não tinha nada.
Muitas vezes repousava seu corpo em um local que não lhe pertencia.
Ele não tinha nada. E, mesmo assim, deixou-nos o maior dos tesouros: o exemplo de uma vida vivida em meio ao amor e a caridade.
E muito rico ele poderia ter sido, pois, quanto vale fornecer pão e peixe a quem tem fome? Quanto vale restaurar a visão de quem não mais enxerga? Quanto vale recuperar os movimentos de um paralítico?
Ele poderia ter sido muito rico aos olhos dos homens, mas preferiu ser rico aos olhos de Deus.
São Paulo, setembro de 2004

domingo, 16 de agosto de 2009

Mãos justapostas

Mãos justapostas.
Corações unidos.
Mentes em sintonia.
Oração de fé que lança no espaço um fio,
tênue.
Um filamento que sobe aos céus.
Além do sol.
E lá encontra o sol de nosso Deus
cujo calor chega até nós,
confortando.
Cuja luz chega até nós,
revelando o caminho.
Agradeçamos este mecanismo sutil que nos põe em contato com o Criador, nosso Pai.
São Paulo, janeiro de 2005

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Afortunados

Nosso Deus é o Deus da riqueza e da fortuna.
Ele cobre-me de ouro na forma do sol que nos aquece e do trigo com o qual faço o pão que nos alimenta.
Ele cobre-me de prata na forma da luz que ilumina a noite e da água cristalina que corre pelos rios.
Esse Deus da riqueza cobriu nossas terras com esmeraldas na forma de plantas, árvores, e bosques, nos quais eu obtenho medicamentos, alimentos e madeira para o fogo.
Mais afortunado, esse Deus espalhou rubis pelos campos, na forma de delicadas rosas que, de tão belas, ofuscam a vestimenta de um rei.
Nosso Deus nos fez ricos e afortunados, pois depositou em nossos corações o amor, a fé e a esperança, tesouros de incalculável valor, com os quais homem nenhum sonhou um dia possuir.
São Paulo, agosto de 2004

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O médico

Do caixão de cedro envernizado e ricamente talhado nada sobrou. Os pregos, oxidados pela chuva, se transformaram em pó. Nem as pedras da sepultura fria resistiram ao ataque do tempo.
O corpo, meu corpo, que frequentava os salões, os restaurantes, as recepções, os consultórios e o hospital, transformado foi em repasto de diminutas criaturas.
Ninguém muda de uma casa simplesmente saindo pela porta principal e fechando-a atrás de si. Ninguém troca suas vestes atirando as peças antes usadas pela janela. Mas na morte é assim. Entre um tique e um taque do relógio do tempo a vida se esvai, feito água que escorre entre os nossos dedos.

Deixei para trás tudo que possuía. A farta bagagem por anos aquinhoada.
De que valeram os anos de estudo e dedicação à prática médica? De que serviram todo o conhecimento custosamente adquirido?
Eram tantas as dúvidas e os temores que na hora última me abraçavam. Eram tantos prantos e soluços que me envolviam que não conseguia abrir meus os olhos. As forças de meu corpo se esvaíam e, tampouco minhas pálpebras obedeciam.
Recordava-me de meu pai, Inácio e de minha mãe, Justina. Teriam eles em seus momentos derradeiros enfrentado a mesma sina?

Não sei quanto tempo permaneci imóvel, deixando-me embalar por estes sentimentos.
Nem o tempo parecia ser o mesmo.
Ah, se eu pudesse enfrentar os ponteiros e fazer o tempo retroceder!
Minha alma transpassada de remorso. Quantos mais poderia ter a vida salvo? Quantos mais poderia ter distanciado desse caminho que ora percorro?
Meus pensamentos eram tão vívidos e claros que não poderia supor-me morto. Ah, se meus olhos pudesse eu abrir, haveria de reconhecer minha real condição!

Não foi com pequena surpresa que senti um calor em meu ombro esquerdo. Aos poucos divisava uma mão que nele pousava. Era tão quente, suave e reconfortadora. Era tão leve e sublime o seu tocar.
Esse calor envolveu meu peito e aqueceu o ar que pelos meus pulmões adentrava.
Feito vida nova, senti um hálito me invadir. De súbito, meus olhos, enfim, puderam se abrir!
Ao meu lado estava, como ao meu lado sempre esteve, a figura de meu pai Inácio, agora, mais que nunca, meu professor e guia nesta nova existência.
São Paulo, agosto de 2007

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Prece (felicidade)

Quando o dia termina e o sol se põe
ergamos nossos olhos para o céu
em prece singela pelos tesouros recebidos.

O ouro do pão. A prata da água.
As gemas preciosas de nosso lar
e de nossa família.

E, se cremos ter pouco a agradecer,
lembremo-nos que a felicidade
não é desse mundo.
Não do mundo que percebemos
através de nossos sentidos.

A felicidade pertence ao mundo de Deus
e basta estarmos com Deus para sermos felizes.
São Paulo, agosto de 2006

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Montanha nevada

No alto das montanhas, onde a neve recobre toda a superfície, o viajante desavisado apenas vê o vazio e a desolação.
No entanto, centímetros abaixo da grossa camada de neve, no seio da terra, as sementes de uma nova vida aguardam o momento oportuno para germinarem.
Da mesma forma que o viajante nós permanecemos envoltos em uma névoa de problemas e preocupações e não conseguimos divisar que além desta bruma brilha a luz da compaixão e do auxílio divino.
Assim como o habitante das montanhas que crê e aguarda a chegada da primavera, quando a neve derrete e a vida ressurge em todo seu esplendor, saibamos acreditar e aguardar a primavera de Deus em nossas vidas.
São Paulo, novembro de 2008

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dia dos pais (2004)

Pela graça de Deus todos homens nascem dotados do gérmen da criação.
Alguns destes usam esse talento para desenharem nuvens no céu, onde o vento rapidamente as espalham e as dissipam.
Outros criam magníficas obras de arte. Mais que artistas, eles são o legado de nossa cultura.
Há, também, os que com esse dom erguem monumentos e obeliscos. Mais que arquitetos, eles são o legado de nossa história.
Uns outros, porém, erguem templos e catedrais, onde professam e espalham a palavra de Deus. Mais que padres e sacerdotes, eles são o legado de nossa fé.
Entretanto há homens especiais. Homens que unem seu intento às forças da natureza e criam vida. Mais que pais, eles são deuses. Mais que deuses, são filhos do Deus único. Mais que filhos deste Deus, são co-criadores da fantástica obra divina da qual todos nós somos testemunhas.
São Paulo, agosto de 2004

Dia dos pais (2009)

Há um pai nosso que está nos céus, nos mares, nos rios e no ar.
E há outro pai nosso que está na Terra.
Guardadas as diferenças, ambos nos concedem o dom da vida, oportunidade de regeneração.
Ambos nos tomam em seus braços, cobrem-nos de cuidados e atenções e nos ensinam os primeiros passos.
Ambos, suavemente, impõem a nós suas vontades, mostrando-nos a diferença entre o certo e o errado, educando-nos para que evitemos cair em erros, tentações e enganos doas quais poderemos, depois, nos arrependeremos.
Jamais estamos sós.
Divino ou humano, um pai sempre vela por nós.
Deixemo-nos abraçar por esses pais amorosos e dedicados, gozando assim a felicidade de nos sentirmos duplamente amados.
São Paulo, agosto de 2009