Lá não havia quem não reconhecesse sua arte, nem tampouco casa que não possuísse ao menos alguns traços de suas cores.
Um dia, a contragosto dos moradores da cidade, o pintor decidiu partir para outra localidade.
No meio do caminho deparou-se com um ancião e, dirigindo-se a este, procurou informações sobre a cidade para onde se dirigia.
O ancião respondeu-lhe: - “É uma cidade por demais desagradável. As paredes de todas as casas são cinza. Os telhados tem a mesma cor. Todas janelas, batentes, portas e corrimãos são cinza, assim como cinza é o céu e o chão.”
O ancião, pensando ter despedaçado o coração cheio de esperanças do jovem pintor, não ousou fitá-lo e, assim, não pôde observar que dos olhos do artista vertiam duas lágrimas. Não lágrimas de tristeza, mas lágrimas de alegria.
O pintor, em silenciosa prece, agradecia a Deus.
Agradecia pela oportunidade de trabalho que se avizinhava.
Agradecia pela confiança que Deus depositara nele.
Agradecia por Deus tê-lo escolhido como instrumento para levar as cores e as alegrias da sua arte até aquela localidade.
Então, meus amigos, abram as portas! E que entrem os necessitados, os aflitos, os doentes, não importa em que número! E sejamos gratos a cada um deles pela oportunidade do trabalho redentor que a nós se apresenta.
São Paulo, outubro de 2004
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