segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O pintor

Um jovem pintor era muito conhecido em sua cidade natal.
Lá não havia quem não reconhecesse sua arte, nem tampouco casa que não possuísse ao menos alguns traços de suas cores.
Um dia, a contragosto dos moradores da cidade, o pintor decidiu partir para outra localidade.
No meio do caminho deparou-se com um ancião e, dirigindo-se a este, procurou informações sobre a cidade para onde se dirigia.
O ancião respondeu-lhe: - “É uma cidade por demais desagradável. As paredes de todas as casas são cinza. Os telhados tem a mesma cor. Todas janelas, batentes, portas e corrimãos são cinza, assim como cinza é o céu e o chão.”
O ancião, pensando ter despedaçado o coração cheio de esperanças do jovem pintor, não ousou fitá-lo e, assim, não pôde observar que dos olhos do artista vertiam duas lágrimas. Não lágrimas de tristeza, mas lágrimas de alegria.
O pintor, em silenciosa prece, agradecia a Deus.
Agradecia pela oportunidade de trabalho que se avizinhava.
Agradecia pela confiança que Deus depositara nele.
Agradecia por Deus tê-lo escolhido como instrumento para levar as cores e as alegrias da sua arte até aquela localidade.

Então, meus amigos, abram as portas! E que entrem os necessitados, os aflitos, os doentes, não importa em que número! E sejamos gratos a cada um deles pela oportunidade do trabalho redentor que a nós se apresenta.

São Paulo, outubro de 2004

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