Essas mãos nos revelam se foram usadas na lida do machado, cortando toras de madeira. Se portaram espadas em guerras fratricidas. Se afagaram a pelugem de um animal ou, se abraçaram seus familiares, seus filhos, e se a estes dedicaram o desmedido amor e carinho.
As mãos de um homem, instrumentos de tudo o que ele faz podem, portanto, muito sobre ele próprio revelarem.
Na volta ao seio da vida natural perguntar-se-ão: "O que fizestes com as mãos que a ti foram confiadas?"
As mãos não são o local de concepção ou a sede dos dons de um homem, mas são os meios que este dom utiliza-se para fisicamente manifestar-se.
Há aqueles que recebem esses dons, dão graças aos céus e, por esses céus os empregam. Há outros, porém, que independentemente serem gratos ou não à fonte geradora de todas as qualidades, os utilizam apenas para proveito próprio, para satisfação de desejos mesquinhos, para a contemplação e gozo de prazeres efêmeros. Isso quando ainda, de modo inconsequente, contribuem para arrastamento de outrem às essas sensações vazias que, como o éter, no espaço se diluem.
Examine tuas mãos, testemunhas silenciosas de teus atos. Reflita sobre as marcas que elas trazem e, de que modo as tem utilizado, para que não te arrependas quando for demasiadamente tardio.
Se neste momento de reflexão a dúvida o abater, ou ainda, se temer pelo resultado teu julgamento, una tuas mãos em rogativa ao Pai e busque junto a Ele o fortalecimento de que necessitas, pois nosso Pai muito nos ama e muito deseja a união e o congraçamento de todos os seus filhos.
São Paulo, setembro de 2003
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